A associação italiana de fabricantes de tecnologia para o trabalho da madeira, Acimall, publicou recentemente uma análise detalhada das importações e exportações do sector para o primeiro trimestre de 2024. Os dados fornecem uma visão valiosa das tendências do mercado num período marcado por incertezas económicas.
As exportações diminuíram, mas com variações regionais
Nos primeiros três meses de 2024, as exportações italianas de tecnologias da madeira e do mobiliário totalizaram 379,4 milhões de euros, menos 6,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Embora um trimestre seja um período demasiado curto para tirar conclusões definitivas, podem ser observadas algumas tendências interessantes:
- A União Europeia continua a ser o principal mercado, com uma quota de 52,8% do total das exportações e um ligeiro decréscimo de 1,2%.
- As exportações para a Europa não pertencente à UE diminuíram 30,3%, em grande parte devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
- O Médio Oriente registou uma queda significativa de 55,1% nas importações de tecnologia italiana.
- A América do Norte registou um crescimento de 4%, principalmente devido às políticas dos EUA de repatriação da produção.
- Mercados como a América do Sul (+281PT3T), Oceânia (+18,41PT3T) e África (+9,31PT3T) registaram aumentos notáveis, embora os volumes permaneçam relativamente baixos.
- A Ásia registou um declínio de 16,4% nas importações, possivelmente devido ao aumento da concorrência das tecnologias produzidas na China.
A análise por país revela alguns factos interessantes:
- Os EUA e a França voltaram a ocupar as primeiras posições na classificação dos clientes, depois de terem descido em 2023.
- A Suécia registou um crescimento espetacular de 137%, principalmente devido a peças sobresselentes e melhorias nas tecnologias existentes.
- O Reino Unido continua a registar uma queda acentuada das importações (-36,61 TP3T).
- A China mantém um forte interesse na tecnologia italiana (+12,6%), apesar do aumento da produção nacional.
- A Índia perde terreno (-30,5%) mas continua a ser um mercado com potencial.
Diminuição das importações
As importações italianas de tecnologia estrangeira diminuíram 23,9% no 1.º trimestre de 2024, para 39,4 milhões. Embora represente uma pequena parte do total, a Roménia destaca-se com um aumento de 1542,9 %. Os principais fornecedores foram:
- Alemanha: -35.6%
- China: -20.5%
- Áustria: +8,7%
- Suíça: -12,3%
A União Europeia continua a ser a principal fonte de importações, representando 59,2% do total.
Perspectivas e desafios
Dario Corbetta, diretor da Acimall, sublinha alguns pontos importantes na sua declaração:
"A prova em que provavelmente nos devemos concentrar é o papel marginal de África para os fabricantes italianos. Apesar da nossa proximidade geográfica e do empenho do nosso governo em desenvolver relações mais rentáveis, a penetração da nossa indústria em África é ainda limitada, especialmente tendo em conta que se estima que a China, em contraste, tenha vendido cerca de 100 milhões de euros em tecnologia de processamento de madeira até 2023."
Corbetta continua: "A América do Norte continua a ser um parceiro muito importante para as nossas empresas, tal como a Europa, embora talvez devêssemos considerar a Europa mais como uma extensão do nosso mercado nacional do que como um destino de exportação."
Estes comentários do diretor da Acimall sublinham:
- O potencial inexplorado do mercado africano para os produtores italianos, em contraste com o sucesso da China na região.
- A importância contínua da América do Norte como parceiro comercial fundamental.
- Considerar a Europa como uma extensão do mercado interno italiano e não como um mercado de exportação tradicional.
Em conclusão, a indústria italiana de tecnologia de fabrico de madeira e mobiliário enfrenta desafios significativos em 2024, mas também existem oportunidades de crescimento em determinados mercados. A adaptação às novas realidades económicas e geopolíticas será crucial para o sucesso futuro deste sector importante para a economia italiana.
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