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Histórias, lendas, mitos: madeira por madeira

A história de hoje está ligada à Segunda Guerra Mundial e, mesmo agora, é 100% certo que não se trata apenas de uma lenda. É uma amostra do humor britânico numa altura em que todos tentavam sobreviver em condições muito difíceis. Os protagonistas são aviadores da Royal Air Force. Mas vamos ver do que se trata e o que tem a ver com a madeira.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os alemães costumavam construir alvos falsos em todo o lado, desde a China até à França, Bélgica e Países Baixos. Estes alvos podiam ser armazéns, fábricas de munições, navios, parques de camiões e até aeródromos. Quanto a esta parte da história, não há dúvida de que é verdadeira, pois há muitas provas que o comprovam.

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Soldados canadianos estudam um falso avião alemão

 

Todos estes alvos foram construídos para enganar o inimigo, para o impedir de estimar a sua força e os seus recursos, ou para o fazer desperdiçar os seus recursos ao bombardear estes alvos falsos. Desta forma, foi construída uma série de aeródromos falsos, nos quais foram colocadas cópias em madeira, por vezes bastante mal sucedidas, de aviões de combate e até torres de controlo falsas.

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uma imitação menos bem sucedida de um avião de combate

 

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Torre de controlo falsa em França

Diz-se que um grupo de aviadores ingleses, ao descobrir o tal aeródromo falso, decidiu pregar uma partida para mostrar aos alemães que tinham percebido o estratagema e que não podiam ser enganados. Construíram bombas falsas de madeira maciça, escreveram nelas "Wood for Wood" e lançaram-nas uma noite no aeródromo falso.

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Há muitos que dizem que é impossível que isto tenha acontecido porque não há provas escritas do ataque. Além disso, nenhum comandante teria concordado em arriscar a vida dos seus pilotos apenas para fazer uma piada e dar uma rasteira nos soldados alemães.

Mas o investigador francês Pierre-Antoine Courouble não tem dúvidas de que este suposto ataque foi real e publicou um livro intitulado Wood for Wood - the Riddle of the Wooden Bombs (Madeira por Madeira - o Enigma das Bombas de Madeira). Courouble ouviu a história pela primeira vez em 1973, contada pelo seu pai. Enquanto viajavam juntos, este contou-lhe que, não muito longe dos locais por onde passavam, tinha existido um aeródromo durante a guerra com aviões de madeira. Quando lhe perguntou porquê de madeira, o pai falou-lhe dos alvos falsos, chamarizes para o inimigo. Também mencionou que o aeródromo nunca foi realmente bombardeado, mas apenas com bombas de madeira.

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Courouble (à direita) e algumas bombas falsas, autênticas ou reconstruídas

 

Courouble ficou fascinado com a história e procurou continuamente por provas e testemunhas da história. Reuniu material suficiente para publicar o seu livro em 2009. Mas um ano depois, conseguiu encontrar uma testemunha muito importante - um tenente alemão, Werner Thiel, que confirmou toda a história, tendo estado no aeródromo quando tudo aconteceu. Confirmou que estava lá quando 12 bombas de madeira com a etiqueta "Wood for Wood" foram lançadas por aviões britânicos.

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Tenente alemão Werner Thiel

 

Quando Courouble lhe perguntou o que estava a pensar naqueles momentos, Thiel respondeu que estava a brincar. Algo do género: "Vocês são um bando de idiotas. Construíram um aeródromo falso. Nós vimo-lo e não vale a pena lançar bombas verdadeiras. "Vejam como são estúpidos. Construíram um aeródromo fictício. Nós vimo-lo e não vale a pena largar uma bomba a sério". Thiel também disse que gostaria muito de ter conhecido o piloto que fez a piada. Olhando para a câmara enquanto gravava as palavras, disse: "Seu tolo", batendo um copo imaginário com o piloto inglês. Infelizmente, no ano seguinte, Thiel morreu, deixando Couroube sem tempo suficiente para encontrar um sobrevivente, e do outro lado do "parte„.

 

fonte: vintagewings.ca

Mihaela Radu

Mihaela Radu é engenheira química, mas tem uma grande paixão pela madeira. Trabalha neste sector há mais de 20 anos, sendo o acabamento da madeira o que a definiu durante este período. Adquiriu experiência de trabalho num instituto de investigação, na sua própria empresa e numa multinacional. Deseja partilhar continuamente a sua experiência com aqueles que partilham a mesma paixão.... e não só.

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