No outro dia vi publicado num grupo um triturador feito de diferentes espécies de madeira, sendo uma delas a sorveira. Como não sabia muito sobre esta espécie, comecei a procurar informações sobre a sorveira e a madeira de sorveira. E foi aqui que começou a aventura. As informações eram tão contraditórias que eu não entendia nada. Numa fonte a madeira de sorveira variava entre o branco amarelado (borne) e o castanho avermelhado (cerne), noutra era branco avermelhado, semelhante à madeira de cerejeira e sem diferença entre o borne e o cerne. Numa parte a madeira podia ser usada para o fogo, na outra, pelo contrário, não era recomendada porque arde muito. Acabei por me aperceber que existem muitas espécies de sorveira e que, destas, duas são as mais utilizadas em termos de madeira: Sorbus torminalis e Sorbus aucuparia. Como passei algum tempo a ler sobre estas espécies, pensei que também poderia estar interessado em saber mais sobre elas. Eis o que descobri.
Muitas árvores e arbustos com diferentes propriedades
O género Sorbus da família Rosaceae inclui mais de 250 árvores e arbustos espalhados pela Europa Ocidental, Setentrional e Central, Sudeste Asiático e Norte de África. A maior diversidade de Sorbus na Europa encontra-se no Reino Unido. As espécies de Sorbus são frequentemente cultivadas para fins ornamentais devido aos seus frutos de cores bonitas. Além de serem ornamentais, são consumidos em todo o mundo crus ou transformados em compotas, sumos e bebidas. As plantas também têm sido utilizadas como medicina popular. Os frutos, as folhas e, por vezes, a casca são utilizados para tratar doenças respiratórias e gastrointestinais, reumatismo, cancro e diabetes.
As flores e os frutos decorativos da sorveira aclimataram alguns arbustos na América. São bastante resistentes às baixas temperaturas ou à seca, razão pela qual são utilizados em parques e jardins como árvores ornamentais. Os frutos das árvores cultivadas são maiores do que os selvagens, mas conservam as mesmas qualidades curativas.
Sorbus aucuparia ou escorço da montanha
Mas este não é o único nome com que a encontramos. Sorbus aucuparia é também escorus de pássaro, sorva de pássaro, dogwood ou cranberry. Encontrada na Europa, Ásia Menor, norte da China e África. Cresce como uma pequena árvore ou arbusto. Geralmente atinge 15 metros de altura, 40 cm de diâmetro e vive cerca de 80 anos. Na Europa, a árvore mais alta encontra-se em Inglaterra, com 28 metros, e a mais velha na Alemanha, com 100 anos. Algumas pessoas acreditam que tem poderes mágicos e que um galho pode ser usado para detetar tesouros escondidos. Os Celtas chamavam-lhe a árvore dos feiticeiros e acreditavam que ela os protegia dos espíritos.
É uma espécie adaptável que cresce em campos abertos e é considerada uma espécie pioneira, na orla das florestas ou nas bermas das estradas. Tolera bem as geadas primaveris e o tempo seco, resiste ao vento, à pressão da neve e à poluição atmosférica (daí a sua utilização em parques). As sementes germinam facilmente, brotando as plantas numa grande variedade de locais: pedras, rochas, árvores caídas. São frequentemente utilizadas para fixar o solo, evitando deslizamentos de terras.
A madeira é dura, forte e elástica, flexível, mas sem resistência à podridão, razão pela qual não é recomendada para utilização no exterior. O corte transversal mostra claramente a diferença entre o borne e o cerne, sendo o borne branco-amarelado, por vezes ligeiramente avermelhado, e o cerne castanho-claro, ligeiramente avermelhado a castanho-escuro. A fibra é fina e aveludada e os poros são pequenos e difusos. A dureza muito elevada torna-a bastante difícil de trabalhar, com ferramentas de trituração. Apesar da sua dureza, não é uma madeira pesada (densidade 600-700 kg/m³, madeira seca) e é suscetível de fender.
No passado, era utilizado para fazer rodas, porque é muito resistente à fricção. Atualmente, é utilizada para fazer cabos de ferramentas, para tornear, móveis e outros objectos. É apreciada pelos carpinteiros pela sua fibra fina, a sua cor contrastante, a sua dureza e a sua grande resistência. O seu elevado teor de minerais faz com que não arda muito bem.
Sorbus torminalis por vezes também designado por sorbus do campo
É uma árvore selvagem que cresce em florestas de carvalho sem se tornar a espécie dominante. Aqui, no entanto, podem formar-se aglomerados dessas árvores, ao contrário do que acontece em paneleiro onde há raspadores. Eles não gostam de resinoso. Pode ser encontrada na Europa meridional, ocidental e central, na Ásia inferior e no norte de África. Tolera baixas temperaturas, geadas primaveris e 1-2 meses de seca no verão. Encontra-se em zonas de planície e sub-Cárpatos, raramente em encostas íngremes.
Atinge 15-25 metros de altura, 60-90 cm de diâmetro e vive 150-200 anos. As flores e os frutos brancos, agrupados, são semelhantes aos da groselha e começam a aparecer quando a árvore tem 15-20 anos. O tronco é do tipo cerejeira, com casca lisa até cerca dos 20 anos de idade, após o que engrossa e forma sulcos.
A principal diferença entre as duas espécies é a cor da madeira. Enquanto no scorus era nítida a diferença entre o borne e o cerne, aqui essa diferença não é visível, variando a cor da madeira entre o amarelo-avermelhado e o castanho-avermelhado-claro, assemelhando-se à madeira de pereira. A textura é macia, semelhante à da cerejeira. Mas a madeira é dura, resistente, resiliente, elástica e durável, uma das mais apreciadas na Europa. É estável e tem pouca tendência para rachar. Quanto mais velhas são as árvores, mais especial e valiosa é a madeira.
O sorgo foi utilizado no passado para fazer vasos de uvas, vasos de videiras e de lúpulo, flechas, tacos de bilhar, coronhas de armas, instrumentos musicais de cordas e objectos torneados. É ainda muito apreciado pelos carpinteiros que o utilizam para fabricar objectos especiais. Atualmente, é utilizado sobretudo para folheados estéticos.
Espero que as informações sejam úteis. Comprometo-me a completar o material à medida que for encontrando novas informações. Peço-vos também que contribuam para o quadro completo das duas espécies, acrescentando qualquer informação que tenham em baixo.
[...] queima muita madeira de muito boa qualidade. De uma dessas fontes, tem atualmente em armazém cerejeira, sorveira e choupo branco, madeira que já deveria ter sido queimada em [...]